Indígenas, povos originários de um Brasil inventado por populações exóticas.
ARTIGO DE OPINIÃO
Indígenas, povos originários de um Brasil inventado por populações exóticas.
Professor Lucas Porfírio Schneider
Antes de tudo, façamo-nos essa pergunta: o que é um índio? A maior parte dos historiadores está de acordo que esta palavra, na modernidade, referia-se aos habitantes de todas as regiões mais distantes do Extremo Oriente. Quando Cristóvão Colombo alcançou as terras da América, crente que havia achado o caminho para as Índias navegando na direção oposta à dos Portugueses, não titubeou em chamar os nativos ali encontrados de índios. Portanto, trata-se de um erro de localização geográfica e de continuidade histórica.
Devemos perceber que a definição “índio” dada aos indivíduos que aqui moravam (os povos originários) partiu de outrem, a saber, os europeus. Para além da denominação “índio”, que generalizou povos que muitas vezes não se viam semelhantes, também se fazem presentes vários mitos, estereótipos e estigmas sociais difíceis de desconstruir, mas necessários, para condição de compreendermos a nós mesmos e o próprio país em que vivemos.
Iniciando-se pelo mito do “bom selvagem”, incutindo aos povos que aqui viviam um comportamento ingênuo, muito ligado a uma relação pacata com o ambiente e a atitudes incorruptíveis. É preciso reconhecer que, muito embora diversos grupos que morassem aqui tivessem práticas mais sustentáveis, isso não pode ser generalizado e atribuído a todos eles. Daí muitas vezes ser observável em nosso dia-a-dia frases do tipo:” isso nem é mais índio”, ao enxergarem-se atitudes consideradas desmoralizadas. Ora, se o estereótipo de mito do bom indígena partiu dos povos que não eram indígenas, como não haver desenganos, por conta dos pré-conceitos estabelecidos?
Preocupante ainda é a situação territorial vivida por muitos grupos originários. Tendo uma dinâmica espacial em que seus territórios se formam a partir de migrações periódicas, cuja dinâmica se dá para além das fronteiras do Brasil, há conflitos muito amplos entre essas dinâmicas e a elaboração das leis nacionais e internacionais de migração, bem como do estabelecimento histórico das fronteiras entre os países e das fronteiras dos territórios indígenas. Isso ocorre porque, mesmo que hajam de leis que reconhecem os direitos dos povos originários, as mesmas são elaboradas de acordo com concepções muito diversas das sociedades originárias. Sem diálogo então, conflitos tornam-se indubitáveis.
Urgente é reconhecermos o direito destes próprios povos de se auto definirem, de serem autores de suas histórias, algo que até agora raramente lhes foi possibilitado desde a invasão de seus territórios. Isso permitiria que compreendêssemos mais suas crenças, suas dinâmicas sociais e suas relações com o ambiente em que vivem, permitindo, portanto, a construção de um país mais inclusivo e com maior conhecimento de seu próprio território e de sua própria nação.
Encontro Nacional de Professores de Matemática
Nos dias 27 e 28 de abril, a coordenadora de área Rosilene I. König acompanhou professores dos Anos Iniciais e de Matemática dos Anos Finais e Ensino Médio, no Encontro Nacional de Professores de Matemática da Rede Sinodal na cidade de Venâncio Aires/RS, no Colégio Gaspar Silveira Martins. O tema do encontro foi “Educação Matemática: abrindo caminhos”. Os professores participaram de palestras, oficinas e compartilhamentos de experiências. O Dr. Airton de Mattos palestrou sobre a “Neuroeducação: o que a neurociência e a neuropedagogia podem auxiliar em sala de aula”. O palestrante Douglas Dantas abordou o tema “Desenvolvendo habilidades no processo de ensino e aprendizagem progressivo e contínuo da Matemática”. O professor Adriano Edo Neuenfeldt falou sobre a “Inclusão e maiores dificuldades na Matemática”. O encontro ampliou as possibilidades de ensino e aprendizagem de Matemática.