Estudantes do Colégio Sinodal Gustavo Adolfo participam de conversa internacional sobre racismo

Em inglês, alunos do Ensino Médio tiveram videoconferência com norteamericana integrante de movimentos sociais.

Tendo em vista a importância de se discutir temas atuais e emergentes da sociedade no ambiente escolar, o Colégio Sinodal Gustavo Adolfo promoveu uma atividade diferente, em inglês, voltada aos estudantes dos 2º e 3º anos do Ensino Médio na última semana. Eles participaram de uma videoconferência a fim de debater conteúdos envolvendo racismo nos Estados Unidos da América, com a mediação da professora aposentada da faculdade luterana Wartburg College e integrante de movimentos sociais, Bonita Bock. A ação foi promovida nas disciplinas de Sociologia e Língua Inglesa. O diálogo ocorreu totalmente em inglês.

A respeito dos fatos que foram registrados nos últimos tempos relacionados ao racismo nos EUA, Bonita declarou, durante a conversa, que “não é um problema individual. Ou seja, mesmo que eu como cidadã trabalhe contra atitudes racistas, não significa que não faço parte desse sistema”. Ela afirma que as mídias sociais ajudam a ver o que acontece, assim as pessoas não descartam mais tanto o tema do preconceito racial. “Finalmente, as pessoas não podem mais dizer que isso não acontece nos EUA. Temos tido protestos por semanas”, explica Bonita.

Para a estudante Bárbara Mallmann, do 2º ano B, chamou a atenção a fala de Bonita sobre protestos antirracismo. “Mesmo com acesso às informações divulgadas pela mídia, ouvir o depoimento de alguém da realidade em questão é essencial para entender, sem influência de marketing, o que realmente acontece e como os cidadãos têm agido a partir disso. A troca de ideias com pessoas afastadas da nossa realidade, sem necessariamente ser de fora do Brasil, é um passo importante para o entendimento do mundo como um todo”, completa.

Nikolas Goetz é do 3º ano do Ensino Médio e concorda com Bárbara. “A visão interna da situação do racismo estrutural nos EUA deu uma perspectiva diferente de mundo.  Evidenciou como todos podem perpetuar a luta contra esse preconceito e difundir a problemática na sociedade, muitas vezes por meio de ações involuntárias atreladas às vivências de uma sociedade racista”, esclarece. Segundo ele, é muito comum que indivíduos como negros, asiáticos e latinos sejam tratados de modo diferente pela polícia e sistema jurídico do que os brancos, por exemplo. “Isso está sendo contestado por manifestações, principalmente pelo movimento Black Lives Matter”, informa.

Na opinião de Goetz, a atividade ajudou a perceber as influências causadas pelo que acontece no norte do continente americano, aqui no Brasil. “Somos privilegiados e o ideal é tirarmos proveito disso para, ao invés de praticar ainda mais a segregação, construir uma sociedade mais justa. Agir do local para o global”, reconhece. Ele acrescenta dizendo que “como brancos, devemos dar lugar à fala de minorias que se encontram sufocadas há anos pela sociedade. Temos que mudar essa postura racista, uma vez que o preconceito se encontra enraizado na sociedade brasileira”, finaliza.

A estudante Ana Carolina Röshig do 2º ano A do Ensino Médio defende a fala de Bonita quando ela encoraja a seguir os sonhos e lutar pelo que se acredita. “Afinal, nós somos o futuro e as próximas lideranças do planeta. Foi incrível, pois pude ter uma visão geral de algo que conhecia, mas não tinha repertório para dialogar sobre”, comenta.

Na ação, a professora de Sociologia Ana Cristina Kircheim e as docentes de Língua Inglesa Gilmárcia Picoli e Melissa Sell conseguiram unir cultura, discussão de temas sociais e aprendizagem de idioma de forma enriquecedora para todos em muitos aspectos. Melissa afirma que o resultado da atividade foi positivo, pois os estudantes participaram com perguntas pertinentes. “Eles puderam conhecer mais sobre o trabalho voluntário e projetos sociais desenvolvidos por Bonita. Com certeza foram momentos de muita aprendizagem e desenvolvimento da língua bem como consciência social”, finaliza.

Prática da Língua Inglesa

Para a estudante Bárbara, falar em inglês com alguém que não mora no Brasil é importante para exercitar o idioma. “É um desafio e ao mesmo tempo gratificante se ‘fazer entender’ para um estrangeiro em sua língua natal”, conta. Conforme a professora Gilmárcia, “além de ter sido uma experiência real de fala da Língua Inglesa, foi uma oportunidade que abriu caminhos para outras futuras”. O Colégio Sinodal Gustavo Adolfo conta com ênfase em língua estrangeira, possibilitando experiências internacionais nas línguas inglesa e alemã.

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