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Mensagem do Pastor Luciano Miranda Martins - 26/10/2015

Reforma!

 

No próximo dia 31, comemoraremos exatamente 498 anos desde que o monge agostiniano Martin Luther afixou suas 95 teses na porta da Igreja do castelo de Wittenberg, na Alemanha, dando início a Reforma Protestante. Era uma época em que as verdades essenciais ensinadas pelas Escrituras e também pelos Pais da Igreja estavam sendo ignoradas. Decisões de concílios estavam sendo desrespeitadas e as Escrituras mantidas longe dos fiéis.

Para o bem da verdade, precisamos também reconhecer que a Reforma Protestante, não aconteceu da noite para o dia. Já antes de Lutero, Zwinglio, Calvino, prepararam o caminho, como os Valdenses, Bernard de Clairvaux, João Huss e muitos outros. Por muito tempo pessoas clamavam por uma reforma, por uma renovação na Igreja, por uma volta às Escrituras. Esses clamores foram enfrentados com martírio individual e, em alguns casos, coletivo.

Como não havia outra Igreja, os fiéis não podiam simplesmente mudar de denominação. Não havia para onde ir. Não havia opção. As pessoas viviam atormentadas pelo inferno e atreladas à Igreja pelo fato de não haver certeza de que haveria salvação fora dela. Pois de Cipriano a Agostinho, a afirmação da Igreja sempre foi que “ninguém podia ter Deus como pai se não tivesse a Igreja como mãe”. A verdade é que essa afirmação tem um certo fundamento, pois a vida espiritual não é uma jornada solitária. Mas, também é verdade que não há uma só Igreja no mundo, pelo menos no sentido institucional. A Igreja Cristã não se restringe a uma denominação.

Constantemente ouvimos vozes de pessoas que nutrem uma profunda visão crítica acerca de como a Igreja se manifesta em nossos dias. Não escondo que eu sou uma delas. Hoje, infelizmente, somos uma Igreja pulverizada, espatifada em mil pedaços. Se alguém enxerga o erro, tem uma opção na esquina seguinte. Também não creio que veremos uma reforma, tal qual a que aconteceu no século 16 novamente. Mas, creio que veremos algo diferente. Já podemos ver a falência iminente de algumas igrejas. Sim, muitas terão uma uma morte merecida, por terem se aproveitado da boa fé de fiéis imensamente carentes de bons pastores. Vão morrer àquelas que estão nas mãos de déspotas. Essas só irão sobreviver enquanto os seus fundadores permanecerem vivos. Mas a Igreja do Senhor Jesus continuará. Como disse Jesus: “as portas do inferno não irão prevalecer contra ela”, mas para isto ela terá que voltar às bases. Ela terá que voltar ao Evangelho. Com esse intuito, Martin Luther não só devolveu as Escrituras à Igreja, mas também devolveu o Evangelho às Escrituras. Quem sabe precisaremos novamente devolver o Evangelho à própria Igreja? Certamente, teremos de tomar decisões sérias e até radicais. É tempo de uma nova Reforma na Igreja, caso contrário, a próxima geração não terá para onde ir e congregar.

Confesso que meu coração anseia por uma Igreja viva, séria, segura e piedosa. O meu coração busca ver cristãos que estejam dispostos a pagar o preço do verdadeiro discipulado e da verdadeira espiritualidade. Como nos dias da Reforma, os oportunistas batem às portas. Os magnatas da mídia lançam sortes para ver quem fica com a túnica da Igreja. As pedras clamam. Os anjos choram. Quem dobrará os joelhos para chorar pela Igreja? Que estas palavras, este desabafo e também esta reflexão nos ajudem a pensar sobre que Igreja somos e queremos ser. Pense Nisso!

Tenha uma ótima e abençoada semana!

 

Pastor Luciano Miranda Martins – 26/10/2015.

Pastor escolar do CEAP – Ijuí/RS