Mensagem Pastor Luis Henrique Sievers - 05/06/2013
Onde encontro Deus?
Para a pessoa que crê, essa pergunta expõe a ansiosa busca pelo encontro com a fonte da sua fé e da sua esperança: Deus. Ver face a face e conhecer como se é conhecido (1 Coríntios 13.12). Tirar as dúvidas e ver tudo com a clareza da luz, especialmente quando a vida se torna dramática. Jó se expressa assim: “ Mas quero falar com o Deus Todo Poderoso e discutir com ele a minha questão” (Jó 13.3).
Há momentos na vida em que temos a sensação de estarmos bem próximos de Deus: um abraço amigo, um socorro na necessidade, uma música inspiradora, uma linda paisagem, uma poesia, um consolo no sofrimento, o silêncio. Sem hora marcada, tudo parece claro. A vida faz sentido.
Na Bíblia, temos registros de encontros com Deus. Moisés cuidava do rebanho de ovelhas do seu sogro. Deus falou com ele do meio de um espinheiro em chamas, que não se queimava (Êxodo 3.4). Daquele momento em diante, Moisés teve a clareza de qual era a sua missão: libertar os escravos do Egito e levá-los para uma terra de liberdade. Esse era um desejo que o queimava por dentro, sem parar.
Outro exemplo significativo é o do profeta Elias. Perseguido, exausto e desanimado de viver, ele se esconde numa caverna no monte Horebe. Ali Deus fala com Elias: “— Saia e vá ficar diante de mim no alto do monte.” Veio um vento forte, um terremoto e um fogo. Deus não estava em nenhum desses fenômenos da natureza. Só quando veio uma brisa tranquila e suave, Elias percebeu a sua presença (1 Reis 19.11-12). Deus também se revela naquelas coisas suaves, quase imperceptíveis, para as quais, às vezes, damos pouca importância.
Em seus sonhos e visões, vários profetas relatam ter visto Deus. Amós afirma ter visto Deus de pé junto ao altar do templo (Am 9.1). Miquéias, Isaías, Ezequiel e Daniel registram que viram Deus sentado num trono (1 Reis 22.19; Is 6.1-2; Ez 1.26-28; Dn 7.9-11). Não há uma descrição precisa de Deus nessas visões e sonhos. Ezequiel, por exemplo, diz ter visto “uma coisa parecida com um trono feito de safira. Nele, estava sentado alguém que parecia um homem”. Em Daniel, Deus parece mais com um ancião de barba e cabelos brancos, um avô.
Filipe, um dos discípulos, pede a Jesus: “— Senhor, mostre-nos o Pai, e assim não precisaremos de mais nada.” A resposta que ele ouviu foi a seguinte: “Quem me vê vê também o Pai” (João 14.9). Deus pode ser visto, agora, na sua plena humanidade, em Cristo Jesus. Não é mais preciso olhar para as alturas. Deus pode ser encontrado bem próximo. Ele está conosco (“Emanuel”). O mensageiro e quem o enviou estão em uma só pessoa. Quem encontra o mensageiro encontra Deus.
O lugar de Deus é junto aos aflitos e sofridos. É dele que todos recebem ajuda: “Ele nos auxilia em todas as nossas aflições para podermos ajudar os que têm as mesmas aflições que nós temos. E nós damos aos outros a mesma ajuda que recebemos de Deus.” (2 Coríntios 1.4) Esse é o caminho de Jesus. Por ele chegamos ao encontro de Deus, o Pai.
O evangelista João vai mais longe. Ouvir e praticar a mensagem de Jesus contém a promessa da presença de Deus na vida da pessoa que crê. Assim diz Jesus: “— A pessoa que me ama obedecerá à minha mensagem, e o meu Pai a amará. E o meu Pai e eu viremos viver com ela.” (João 14.23). Viver com Deus. A fonte da vida e o ser vivente juntos, em uma comunhão plena.
Pastor Luis Henrique Sievers
Pastorado Escolar CSGA
Lajeado/RS, maio de 2013
